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Hospital do futuro será menor e só para procedimentos de alto risco

13/12/2017

Já sabemos que o hospital do futuro será calçado em muita tecnologia. Mas os novos processos não se encerram nela – aliás, há um consenso de que, sozinha, ela não gera revolução. A própria função do hospital deve mudar: ele só será acessado em operações de alto risco, como transplantes ou cirurgias neurológicas. Como resultado, a quantidade de instituições deve diminuir para dar lugar a clínicas de atendimento primário, uma tendência já observada na Europa.

— Teremos menos hospitais do que hoje. Eles irão se preocupar com eventos agudos e serão especializados, em vez de gerais. Além disso, irão se inserir em redes coordenadas pela atenção primária — afirma o especialista em planejamento de saúde Eugênio Vilaça Mendes, autor do livro As Redes de Atenção à Saúde e responsável por trabalhos de consultoria em vários países.

 

Na prática, eles ajudarão a integrar a rede já preconizada pelo SUS: estabelecimentos de atendimento primário à população (com médicos e enfermeiros comunitários e de família), clínicas com médicos especialistas ou hospitais-dia (com cardiologistas, oftalmologistas, dermatologistas aptos a realizarem cirurgias não complexas) e hospitais de médio porte para procedimentos altamente especializados, como um transplante de coração, por exemplo.

 

Se hoje os hospitais são só mais um elo na cadeia, no futuro se dividirão para consultas de rotina ou exames, focados em doenças crônicas. O Clinic de Barcelona, na Espanha, por exemplo, firmou convênio com centros de atendimento primário da região para formar uma rede integrada. Assim, o hospital fica desafogado. Movimento semelhante ocorre em hospitais de referência no Brasil, como o Albert Einstein, o Oswaldo Cruz e o Sírio-Libanês, todos em São Paulo.

 

— É importante reforçar o cuidado primário, não só em ter mais médicos de família, mas também mais fisioterapeutas, enfermeiros e outros profissionais. Além disso, a tecnologia está trazendo uma série de oportunidades e não ficará restrita aos hospitais. Você pode ter exames de imagem e telemedicina no cuidado primário. Reforçá-lo será central no futuro — defende o francês Eric de Roodenbeke, presidente da Federação Internacional de Hospitais (IHF, na sigla em inglês), entidade que reúne mais de 50 mil hospitais em cem países.

Fonte: Anahp

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