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Mais de 280 mil pessoas deixaram os planos de saúde em dois meses, aumentando a pressão sobre o SUS

05/08/2020
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Em abril, dois meses depois do início da epidemia de Covid-19 no Brasil, 67.460 pessoas deixaram a saúde suplementar no país. Em maio, outros 216.217 brasileiros interromperam seus planos de saúde. São, em sua maioria, pessoas que perderam seus empregos ou sofreram quedas bruscas nos rendimentos. Agora, contam apenas com o Sistema Único de Saúde para seu atendimento médico e hospitalar. Mantida a tendência de fuga dos planos, o SUS pode ficar sobrecarregado, apontam especialistas.

 

Caso os dados de junho sigam os de maio e mais 200 mil usuários fiquem sem plano, esse terá sido o pior trimestre da História do país, de acordo com José Cechin, superintendente executivo do Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).

 

"O SUS já atende 160 milhões de pessoas e pode aumentar. Vamos ter uma enxurrada de pessoas que estavam na saúde complementar e vão para o SUS. Essa migração já está ocorrendo por conta da crise econômica", afirma o médico e deputado Hiran Golçalves (PP-RR).

 

O professor do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP Gonzalo Vecina Neto considera que, a depender do cenário econômico e da reposta das operadoras, esse número pode continuar crescendo para até 4 ou 5 milhões de pessoas, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, onde se concentram empresas com estrutura de recursos humanos. Para o especialista, o primeiro passo seria reestruturar o sistema de agendamentos e consultas. Isso teria que ser encabeçado por estados e municípios, ao juntar as filas municipais e estaduais e gerenciar o agendamento para reduzir as faltas. As taxas de abstenção a consultas, exames e internações, de acordo com Vecina, chegam a 40%. A confirmação de presença no dia anterior ao atendimento, via SMS ou WhatsApp, poderia ser uma grande ajuda.

 

O Ministério da Saúde declarou, em nota, que o "SUS é um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo", com 160 milhões de brasileiros usando exclusivamente o SUS para ter acesso aos serviços. "Todos têm direito de acesso aos serviços de saúde, independente de possuir planos", diz a nota, "Aqueles que não têm acesso à rede privada poderão recorrer, assim, à rede pública."

 

Fonte: O Vale

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