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Ministério da saúde promete R$ 900 milhões

13/03/2020
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Sem previsão sobre as liberações de recursos pedidas pelas secretarias estaduais para conter o avanço do novo coronavírus, o Ministério da Saúde informou ontem que deseja repassar a municípios até R$ 900 milhões para aumentar de 1,5 mil para 6,7 mil o número de postos de saúde com atendimento ampliado no país. Segundo a pasta, o recurso já está previsto no Orçamento. Há 42 mil postos de saúde no Brasil.

 

O número de casos confirmados do novo coronavírus (COVID-19) no Brasil subiu de 25 para 34. A atualização foi feita ontem pelo Ministério da Saúde, que trabalha com o registro de 893 casos suspeitos sob investigação no país. Os estados com mais casos confirmados são: São Paulo (19) e Rio de Janeiro (oito), além da Bahia (dois). Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Alagoas, Minas Gerais e o distrito Federal têm um caso confirmado cada pela pasta.

 

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas informou ontem números diferentes daqueles do ministério sobre casos de infecção pelo vírus que estão sendo investigados, um total de 213. Em todos os estados, até ontem, o Ministério da Saúde havia descartado 780 casos que foram investigação.

 

O secretário-executivo da Saúde, João Gabbardo, disse que o governo vai priorizar a habilitação de postos em locais com transmissão do novo coronavírus. Segundo a pasta, 90% dos casos da nova doença são leves e podem ser atendidos nesses postos. O aumento do número de postos com horário ampliado será feito pelo programa “Saúde na Hora 2.0”. Cada município recebe R$ 15 mil mensais a mais para investir nas unidades habilitadas. A ideia é garantir maior capacidade de atendimento de unidades de 40 horas para 60 horas ou 75 horas semanais.

 

Gabbardo disse que o governo terá “preocupação redobrada” para disponibilizar leitos de unidades de tratamento intensivo (UTIs) em hospitais de referência. “Os sistemas de saúde estão sendo atingidos porque internações de casos mais graves são longas, de até 3 semanas”, disse.

 

De acordo com o secretário, “até o momento” não há previsão de antecipar recursos aos estados para custeio do combate ao novo coronavírus. Os secretários estaduais de saúde pedem R$ 1 bilhão, sendo que R$ 200 milhões imediatamente. “Estamos antecipando serviço, habilitação e colocação de leitos em UTI”, disse Gabbardo. Ele afirmou que a ideia do governo federal não é repassar os recursos diretamente aos estados e municípios. “Nós vamos nos responsabilizar por todas as internações”, destacou.

 

Segundo o secretário, o Ministério da Saúde nunca fez nenhuma projeção de recursos a serem disponibilizados. “Estamos trabalhando numa lógica de colocar recursos conforme a necessidade”, disse, ao enfatizar que a pasta deverá precisar de recursos para combater a doença, mas que os valores serão discutidos “no tempo certo”.

 

Os secretários estaduais de Saúde reforçaram pedido de ajuda do governo federal para combate ao novo coronavírus. A conta indica necessidade total de R$ 1 bilhão para custear a logística de triagem de pacientes e internações. “Não é possível aguardar mais”, disse o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, que fez o pedido por telefone, ontem ao ministro Henrique Mandetta.

 

De acordo com Beltrame, a ideia é preparar o sistema de saúde para agir “cautelarmente”. O Brasil ainda não registou transmissão comunitária da doença, quando o vírus circula e já não é possível ligar a transmissão de um caso a outro. “Os custos de operação do sistema já estão crescendo e o ministério assumiu o compromisso de auxiliar os estados. É o que esperamos ver cumprido imediatamente”, afirmou Beltrame.

 

Apoio O presidente do Conass, Alberto Beltrame, afirmou ainda que todo o recurso será usado para custear o combate à doença. “Faremos encontro de contas e demonstraremos cada centavo gasto para que possamos receber novas parcelas, que por certo serão necessárias mais adiante.”

 

Fonte que acompanha as discussões ouvida pela reportagem disse que Mandetta prometeu anunciar nesta semana uma forma de liberar os recursos aos governos estaduais. Procurado, o Ministério da Saúde não se manifestou sobre a informação até o fechamento desta edição.

 

O ministro da Saúde afirmou, no último dia 2, que ainda não havia necessidade de repasses extraordinários aos estados. “Só vamos fazer alocações de recursos quando houver uma situação real.” Na sexta-feira, o Mandetta disse que a pasta deve precisar de apoio financeiro, mas que ainda não poderia especificar o montante. “Isso parte de cenários”, disse.

 

Fonte: Estado de Minas – Economia

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